segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Delirium Tremens

Delirium Tremens


Instável, 
Ei de convergir na fuga
pra longe, de tudo que conheço
ou que deverás convenha.

Nessa busca por uma liberdade
quase pueril, me perco quase-adulto
num mundo de meios e termos.
Despedaçando-me aos pés de uma musa qualquer
de um carnaval futuro ou passado.

Acordei,
noto que já nem sei mais a diferença de sonhos e
realidade, de fato já nem sei se
a ela pertenço, se há senso.

Assim percebo que
a inconstância
e a necessidade de contanste
evolução, transformação
ou mera metaformose,
mais que meus pulmões,
prova que estou vivo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Rede Social (2010)



“You can’t get to 500 million friends without make a few enemies”, com essa frase e um trailer dramático, o buzz sobre o novo filme de David Fincher tomou proporções gigantescas. Eis que Fincher não decepcionou. Tomando mais uma vez para si a missão de fazer o retrato de uma geração (a qual já havia completado de forma perfeita em seu melhor filme, Clube da Luta), o diretor nos traz uma obra de peso sobre o homem moderno e suas ambições de poder, sobre homens que guerreiam não mais com os punhos ou armas, mas com os aparatos da tecnologia e da justiça penal.

O roteiro se baseia no livro “The Accidental Billionaires”, e conta a história de como o estudante de Harvard, Mark Zuckerberg apoiado financeiramente por seu amigo Eduardo Saverin, veio a criar o site que viria a virar febre por todo o mundo, o Facebook, e em poucos anos se tornou um dos homens mais ricos do mundo. Alternando a narrativa da história a cenas dos depoimentos contidos nos processos contra Mark, temos a impressão de que o filme de certa forma quer nos levar aquela sala onde que Mark é interrogado e os fatos são expostos, como se estivéssemos sentados, prontos a defender ou atacar o personagem.


E Mark se mostra um personagem interessante ao decorrer do filme, é, como o Edward Norton sem nome de Clube da Luta, um alguém confuso, com dificuldades de relacionamento, talvez inseguro. O estado de Mark se evidencia no começo do filme, nas cenas em que bêbado acaba ofendendo de forma grosseira sua ex em um blog e criando um site que acaba levando a baixo a rede da escola. Assim como o outro protagonista, ele busca sua válvula de escape e a encontra na idéia do Facebook. Entrega-se totalmente a expansão do negócio, o que fica visível em uma cena em que descobrimos que ele passara mais de 24 horas seguidas trabalhando. Porém essa entrega e ambição acabam por afastá-lo cada vez mais das pessoas, e a ser manipulado. Se em Clube da Luta tínhamos Tyler, aqui é na figura de Sean Parker que se encontra esse elemento manipulador. Parker é de certa forma tudo que Mark queria ser: se dá bem com as mulheres, é extrovertido e teve sucesso.


Porém, não é só na figura de Mark que o filme se apóia. O personagem de Eduardo cresce muito, principalmente na segunda metade do filme. Retratado como amigo fiel e mais centrado que Mark, desde o começo acompanhamos a amizade dos dois, porém também sabemos que ele está processando Mark, e cria-se assim o curiosidade de saber o que levou a esse desentendimento. E o filme ainda nos brinda com boas atuações de atores jovens(Jesse Eisenberg, porém, foi superestimado, visto que este está apenas correto).


A Rede Social possui uma parte técnica extremamente digna também. A fotografia do filme é bela, e nos remete também a Clube da Luta, talvez pela presença do diretor de fotografia do mesmo, Jeff Cronenweth. Os tons escuros, e o destaque aos tons amarelos em algumas cenas estão novamente presentes, principalmente nas cenas noturnas ou em ambientes fechados, mas dessa vez mais suavizados que em Clube da Luta, talvez até pelo tom do filme ser diferente. Há também a belíssima cena da corrida, com seu tom nublado.

Além disso, Fincher soube conduzir o filme com o timing certo, a história prende a atenção do início ao fim. Um exemplo desse timing é na cena em que Mark está fazendo o site bêbado, por intermédio da trilha e de uma montagem excelente, o diretor faz o trabalho do programador, nas palavras do próprio roteirista Aaron Sorkin, parecer um roubo de banco. E citando a trilha, Fincher mostra ter realmente o talento de unir a imagem a música perfeitamente, repetindo o feito do genial encerramento de Clube da Luta com o encerramento deste filme, porém dessa vez usando de uma ironia pura ao som de Beatles.

Apesar de tudo a genialidade no roteiro e condução, A Rede Social não é perfeito. É um filme divertido e inteligente, porém, é um filme frio. Faltou novamente a energia e o carisma que o cineasta passou para a tela em Clube da Luta. Fosse apenas esse detalhe, e teria se concebido novamente uma obra completa.

Ainda sim, apesar de certo exagero, A Rede Social merece todo o buzz e todos os prêmios que vem conquistando. Os personagens na tela novamente refletem a nós mesmos, e ao final da experiência, saímos com um sorriso no rosto. Palmas a David Fincher em sua melhor forma.


História de um homem sem nome - Parte 3

E na ausência de autoridade superior, conduziram o recém-nascido a toda elegância de seu primeiro quarto: uma fria cela provisória de delegacia. Havia naquela delegacia apenas quatro dessas, todas iguais e enfileiradas, contendo um banco de pedra, espaço mínimo e grades para combinar. Não havia naquele bairro tão grande incidência de crimes, tampouco de criminosos, e os que teimavam aparecer raramente ali ficavam por tempo suficiente para usar das celas. Porém, naquela ocasião, estava ali um homem encarcerado.
Os guardas, talvez por pressa ou puro descaso, jogaram o recém-nascido na cela, devidamente o trancafiaram e saíram o mais rápido possível. Ficaram então as duas figuras a se contemplar. O homem, em trapos, encarava o outro que tremia de frio no chão. Não haviam se dado ao trabalho de vestir o prisioneiro encontrado nu, ou sequer um cobertor.
Ficaram por mais alguns segundos em contemplação, até que o homem em trapos pegou o cobertor velho e furado de sua cela, e com cuidado o passou entre as grades e jogou-o ao recém-nascido. Esse, por instinto, pegou-o e percebendo que o esquentava, enrolou-se nele. O homem em trapos então sorriu, e o recém-nascido o retribuiu.
E sem uma palavra, sem conhecimento, sem saber de crimes ou penas, os iguais se reconheceram, e o recém-nascido encontrou o primeiro que o compreendera e o tratara bem. Talvez fosse o mesmo para o velho mendigo.

Novidades

Inauguro o ano no rascunhos com a felicidade de informar a primeira parceria firmada. Visto que o plano inicial era ser apenas um canal de comunicação livre, ficou feliz em dizer que achei um parceiro de ideologia de certa forma, o blog Diga Amém, que busca por mensagens dizer o que a mente por vezes é incapaz de dizer por si só. Sendo assim, quebrei minha couraça e firmei a parceria.

 Vale a pena a todos vós que aqui me lêem compartilhar dessas mensagens.

E assim deixo o fragmento do post inicial desse belo blog:

"Um dia um sábio homem me disse "O sol brilha para todos cabe a nós decidirmos em que posição desejamos ficar a baixo dele,cabe apenas a nós optarmos entre brilhar ou permanecer o resto de nossas vidas em trevas"

Amém..."

Amém!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Velha e repetida história (o que uma noite de insônia não faz?)

Velha e repetida história

E então, em determinada parte da vida,
O pobre coitado aprender a se apaixonar.
E depois da primeira vez,
Tomado de vício, nunca parou.

Apaixonava-se sem ao certo saber como
E com sentimento desajeitado e
Tímido, nada fazia.
E assim corria o tempo.

Dentre essas pequenas paixões,
Nenhuma havia que pudesse amar,
Até que lhe surgiu na frente,
A verdadeira Primeira.

Era ela alegre,
Às vezes triste,
Às vezes nem era,
Às vezes só ela.

Mas dela nada tirou,
E na solitude aprendeu,
Que a paixão tem efeitos colaterais,
Devastadores.

Intervalo, sentemos.
Passam algumas meninas,
Pequenas gotas de desejo e nada mais.
Existe amizade, também.

Então conheceu a louca.
Ela era perfeita, e diferente.
Era tudo que sonhava.

Até que descobriu,
Que no fim não era nada.
Triste engano.

E a ressaca da droga,
Na segunda vez,
Sempre pior.

Então conheceu o anjo.
E o anjo era lindo.
Porém, tal o sentimento era distante,
Como a luz que vem do sol.

E como uma estrela,
A milhares de quilômetros.
Morreu, sem nem ao certo se saber
Como. (Mistério)

Quando conheceu a dúvida,
Ainda estava com o anjo.
E por deverás a dúvida, ironicamente
O fez chegar a uma conclusão.

Palmas, encerrado o caso da morte do sentimento.
Prossigamos com a dúvida, então.

E a dúvida, (linda)
Ia e voltava, instável.
Assim, nunca se sabia se estava,
Ou não. (imensa confusão)

E por falta de conclusão
(ou será solução?)
Acabou ela com outro,
E ele ferido.

Pobre herói, abatido.
Retira-se da batalha.
E ressaca continua,
Sempre pior, pior.

Cansados?
Ainda faltam fatos,

É enquanto nosso herói,
Confuso, se lembra
Da Amizade.

Sim, a Amizade.
Evoluíra, e chegava
A estrada do coração,
E ali fazia morada.

Ah, linda perfeição.
Se pudesse, duraria mais.
Mas ainda que tudo estivesse certo,
Nunca se confia na paixão.

A Amizade se foi também,
Abrupta. Ele foi a chão.
Sempre pior, pior.
Pior que qualquer outra.

(Silêncio)
E então, desistiu.

...

(Revolta)
Calma, ainda não acabou.
E nessa situação,
Encontrou alguém semelhante.

Linda, sim, muito.
Mas todas são.
Se não, aos olhos de quem quer,
Ao menos.

E achou que tudo daria certo.
Mas não foi exatamente assim.
A Promessa (sim, era esse o nome)
Estava presa a um passado.

Ainda sim ele tentou,
Arrancando de si uma parte,
Que mal sabia que já era dela.
Acordes soaram.

Mas A Promessa,
Não se abalou.
E assim...

Não foi pior.
(Surpresos?)

Algo se aprende da vida.
O viciado em paixão,
É o viciado em viver.

E por isso, é necessário
O conhecimento de
Tudo que há de se enfrentar.

E ele aprendeu,
Com dor e amor,
Essa arte.

Sua história não acaba aqui.
Essas foram algumas, houveram outras.
E quem sabe haverão.

Atualmente está apaixonado por uma Estrela.
Viu a brilhar numa noite de beleza,
E caiu de amores.

Porém, na noite seguinte
Não conseguiu encontrar a Estrela.
Está a procurar.
E há de ficar assim.

Logo acha, ela amana um brilho único.
Um vermelho fulgaz.
A paixão.